15 de agosto de 2008

Seja criativo na hora de motivar seus funcionários com baixo custo



por Dominic de Souza*
15/08/2008

Técnicas de liderança servidora, bem implantadas, aumentam satisfação e produtividade
Após trabalhar com vendas por quase vinte anos, tornei-me especialista em treinar profissionais e gestores desse setor para atuarem de forma efetiva no mercado profissional. Além disso, para transmitir meu conhecimento aos dirigentes das empresas, passei a ministrar palestras como forma de orientá-los dentro desse mercado. Durante esses treinamentos, entre todas as dúvidas que surgiam sobre gestão de funcionários, constatei que uma era freqüente: Afinal, qual é o segredo para obter o melhor desempenho da equipe utilizando poucos recursos?

A prática motivacional ganha cada vez mais importância dentro das empresas no séc. XXI. Disputas entre equipes, premiações e ascensões profissionais são práticas cada vez mais utilizadas para incentivar a produtividade dos funcionários nas organizações. Há executivos que adotam a condição de gestores de performance para suas empresas e colocam em prática planos complexos com custos elevados para motivar a equipe, mas essas práticas exigem mais recursos financeiros e nem sempre são eficazes para aumentar a produtividade. Além disso, o que boa parte dos empresários não sabe é que existem formas simples para gerir a motivação dentro do grupo e manter o time integrado. Uma idéia interessante é apostar no talento de seus próprios funcionários dentro ou fora da empresa, ou seja, investir no hobby de cada um ou em algo que dê a eles prazer em ser feito.

Um exemplo de uma execução bem sucedida dessa idéia é o gerente de operações da DQ&A, Bruno Minervino, que tem como hobby competir em campeonatos de Kart. Ao perceber que Bruno voltava das corridas com as energias renovadas, mostrando uma motivação fora do comum, concluí que poderia utilizar esse seu hobby como uma forma íntegra de motivá-lo, pessoal e profissionalmente. Assim, ao invés de continuar a tentar incentivá-lo com prêmios como viagens e produtos pessoais - que muitas vezes não eram de seu interesse - passei a investir no que dava ao nosso gerente um prazer pleno: o Kart.

O sucesso desse projeto surpreendeu todos da equipe, inclusive a mim. Após essa ação bem sucedida, implementei a mesma receita com o restante da equipe e atribuí projetos individuais, de acordo com a especialidade de cada profissional. Além do patrocínio das corridas de Kart, implantei outras idéias de baixo custo na empresa, como a criação de mini-projetos que envolvem ações que vão desde a decoração do novo escritório, realizada por todo o grupo, à escolha - por parte da equipe - de uma escola de idiomas para estudarem outras línguas. Como reflexo disso, os funcionários desenvolveram outras idéias, como a montagem das apresentações promovidas pela empresa e até eventos de finais de semana, sempre com o objetivo maior de promover a união e o melhor desempenho do equipe no ambiente de trabalho.

Com esses projetos, minha intenção era implantar ao máximo o conceito de liderança servidora, ou seja, atribuir a cada membro da equipe uma responsabilidade fora da sua rotina de trabalho, o que por sua vez reflete em um sentimento de satisfação pelo fato do funcionário sentir-se parte da empresa. Com isso, além de funcionários mais motivados, tive uma surpresa no fim do mês, quando a produtividade teve um aumento significativo e os gastos com a equipe foram reduzidos abaixo dos valores esperados, pois além de manter minha equipe unida, a empresa pode ser conhecida como uma organização que investe em esporte e em lazer.

As técnicas de liderança servidora, quando bem implantadas, não só aumentam a satisfação e produtividade dos funcionários, como também trazem grandes benefícios diretos para a empresa. Um bom exemplo ocorre quando eu envio profissionais da área de operacionalização para representar a empresa em eventos ou reuniões de negócios. O ato de delegar essa responsabilidade nas mãos desses funcionários já os deixa confiantes. Já para a empresa, os resultados são tão positivos quanto para esses membros da equipe, pois com mais representantes no mercado a nossa marca pode ser disseminada com maior abrangência.

Fui considerado pela matriz da minha empresa o profissional certo para motivar a equipe, porém acredito que esse papel pode e deve ser exercido pelo funcionário mais capacitado, sendo ele gestor ou não. Basta apenas conhecer muito bem o grupo. Motivar a equipe vai além de presentear os funcionários; é uma técnica que deve ser implantada por um profissional experiente no ramo e focado no projeto certo. Afinal, na hora de manter a equipe unida e empenhada com o trabalho em grupo, gastar muito nem sempre é a melhor solução.

*Dominic de Souza é Country Manager da DQ&A

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