26 de fevereiro de 2008

O que o Campus Party tem a ver com publicidade


13 de fevereiro de 2008, 17:06

O sucesso do Campus Party, trazido da Espanha para o Brasil, mostra a força do público online no Brasil e só confirma as perspectivas de crescimento e profissionalização da publicidade interativa.

Não é de hoje que as manchetes dos jornais apontam para um surpreendente e invejável crescimento da internet no mundo e com ela os investimentos em publicidade online. Pesquisas do grupo de mídia Zenith Optimedia estimam que, neste ano, o mercado represente 10% dos 495 bilhões de dólares gastos no mundo todo com anúncios que ainda vigoram em jornais, revistas e televisão.

No Brasil, o fenômeno se repete e, mais do que manchete, é possível acompanhar os fatos na vida real. Nesse momento, todo o mundo volta os olhos para o Campus Party, evento que integra a comunidade da internet, tecnologia e comunicação e que acontece pela 11ª vez com um grande diferencial: deixou a Espanha para ser realizado pela primeira vez no Brasil, em São Paulo, no Ibirapuera. A estréia foi fantástica, com mais de 3 mil pessoas acampadas, vindas de vários lugares do planeta.

Por que o Brasil? Simplesmente porque os experts mundiais da internet sabem do crescimento do uso da rede no país, principalmente com o advento dos jogos que conquistam brasileiros de todas as idades e sexos, e acreditam numa expansão ainda maior que com certeza tende a render bons negócios.

De acordo com a Park Associates, empresa especializada em mercado digital, o investimento publicitário só em games em todo o mundo deve saltar de 370 milhões de dólares para cerca de dois bilhões de dólares até 2012. E é claro que o Brasil faz parte desse cenário.

Anunciantes querem investir, mas veteranos da mídia estão no mínimo preocupados quando à expectativa dessa aposta por vários fatores. Porém, um dos mais importantes é a qualidade da operação. Hoje, toda e qualquer campanha criada na mídia por uma agência é veiculada nos principais sites de interesse do cliente e a operação do processo para “fazer subir” a campanha no tempo exato das outras mídias do plano como TV, rádio e sampling é um grande desafio.

Até hoje, esse trabalho tem sido feito, no geral, pelos próprios departamentos de marketing dos principais portais de conteúdo, mas sempre houve uma demanda por um serviço mais profissional nesse ponto.

Afinal, o “core business” desses sites não é exatamente operacionalizar campanhas que, cada vez mais, aliás, ganham novos formatos, ousam nos padrões, abusam do uso dos sons, da criatividade, do movimento na tela. Novidades que nada mais nada menos juntam as características de outras mídias com o melhor da internet: a interação. Um novo modelo da publicidade online para o qual se deu o nome de “rich media”.

Além dessa questão, o cliente que faz esse tipo de investimento cobra o retorno com o objetivo de ter a certeza de que a decisão fez sentido. Mais um desafio aos provedores de conteúdo, pois tais métricas não são lá suas especialidades. Em resumo, temos os clientes, temos os portais e uma necessidade de um fornecedor para esse serviço de operação com mais experiência, que ajude a retirar o peso da tarefa dos provedores de conteúdo e os ajude a manter o foco dos seus negócios.

É preciso demonstrar resultados com precisão, qualificar e segmentar os públicos-alvos com destreza, entender o formato de campanha que atenda ao que o cliente deseja e ao que a agência criou de forma rápida, segura e eficaz pelo simples domínio das tecnologias. E, principalmente, garantia do serviço e do retorno do investimento.

Então, a hora é agora. Quem já tinha na internet um parceiro para negócios, tem os motivos redobrados para continuar a investir. Para quem estava em dúvida sobre investir ou não em mídia online por conta da incerteza dos resultados a serem obtidos, não há mais dificuldade. Basta saber se está disposto a ganhar mais.

Sobre o autor
Dominic de Souza é Country Manager da DQ&A, multinacional holandesa especializada em adoperating.

25 de fevereiro de 2008

Executivo enfatiza a importância do marketing com a TI






JumpExec entrevista Dominic de Souza, country manager da empresa Ad Operating DQ&A Brazil. Como vários profissionais da área, Dominic sabe que o momento atual é de reciclagem e da adoção de novos processos, em meio a uma relativa euforia com relação ao crescimento do uso dos meios digitais como veículos de publicidade.

Veja nesta entrevista as observações do executivo em relação às tendências do mercado brasileiro e o que ainda está faltando para assegurar a sua consolidação. Sua vivência anterior como profissional de TI também o credencia a analisar a sinergia que é necessária para tocar estes projetos com segurança.

JumpExec: Muitos afirmam que as mídias digitais estão "à prova" de recessão. Você acredita que esta afirmação é verdadeira?

Dominic: Na perspectiva de crescimento no mercado comparado as outras mídias, sim. Lembrando que mídias digitais não se restringem apenas a internet. Celulares, IPtv, PDAs dentre outros, fazem parte deste grupo. Quando analisamos as grandes oportunidades, as vantagens de filtros para atingir o publico alvo e os crescentes números de usuários online justificam este crescimento comparado os outros tipos de mídia, mas o que realmente me motiva a acreditar que será "à prova" de recessão é a geração digital. Não terá outra forma de comunicação que não seja digital, hoje as empresas são tão dependentes do computador quanto são dependentes da energia elétrica. Pense no quanto é possível produzir sem a utilização de computadores nas empresas. Assim mais forte que os números e as grandes conversões é a geração digital que garantirá que não tenhamos uma recessão nas mídias digitais pela dependência direta.

JumpExec: O que falta para o mercado brasileiro de publicidade digital se consolidar?

Dominic: Existem alguns fatores, mas um que eu sempre digo nas apresentações que realizo é a conscientização que o mercado de publicidade digital não diferente da publicidade "tradicional". Não existirão atalhos ou planos mágicos. O volume de trabalho, a dedicação e o profissionalismo da publicidade "tradicional" terão que ser implantada. Da mesma forma que a bolha da internet excluiu os aventureiros, outros serão excluídos se não encararem a publicidade digital com a mesma seriedade. Assim, falta profissionalizar as empresas aventureiras e as empresas que acreditam que na publicidade digital as exigências são menores. Fato que apenas confundem nossos clientes e tornam mais lento este processo de consolidação.

JumpExec: Os anunciantes ainda mostram resistências às mídias digitais? Se sim, por quais motivos?

Dominic: Sim, este é um aspecto inerente ao ser humano. Tudo aquilo que não entendemos ou não dominamos, rejeitamos. Para depois em um segundo momento, quando estivermos seguros aceitar. Nossos anunciantes estão passando por esta fase de rejeição, em todos os processos de decisão sempre existe uma pessoa que está naturalmente resistente. Mídia digital ainda não é muito concreta para nossos anunciantes, é muito complexo e difícil de compreender ou gerenciar. Isto me remete a uma situação comum em um processo de vendas. Quando tentamos vender algo para alguém e oferecemos dez opções ao invés de três, o cliente fica perdido e entra no processo de rejeição.
Outro motivo que é característica a própria mídia é o volume de detalhes e informações importantíssimas que podem ser utilizadas ou extraídas. Hoje os grandes pensadores e lideres reforçam a mensagem que devemos ser simples para sermos mais assertivos e com tantas métricas na “cabeça” os anunciantes fica complexa a tarefa de manter-se simples e com isto nasce à insegurança de não estarmos sendo assertivos. Um paradigma que será solucionado com o tempo e com a percepção de que com estas mesmas informações e métricas quando bem trabalhadas tudo fica realmente simples.

JumpExec: Faltam profissionais qualificados para criar, planejar e monitorar campanhas e iniciativas feitas no meio digital?

Dominic: Sim, quero chamar a atenção para o seguinte cenário que acredito que ilustra está falta. Trabalhei durante anos com grandes projetos de IT, da mesma forma participei importantes de projetos de MKT e um dos pontos em comum era um volume expressivo de investimentos. Existia um esforço e toda uma dedicação e diria até clamor em participar desde ou daquele projeto. No meio digital os projetos ainda não são grandes ou tão expressivos no volume de investimentos envolvidos quando comparamos aos outros projetos de Marketing e IT. Ou seja, ninguém vai brigar para assumir este "Patinho Feio". Enquanto este patinho não virar um cisne a parte de criação, planejamento, monitoração e iniciativas no meio digital ficarão para os vanguardistas ou para os curiosos que se interessa em entender ou investir no mundo digital.

Outro ponto importante que também influência está falta de profissionais é uma visão, que é de senso comum, de que o meio digital está órfão. Onde fica o meio digital? Em marketing ou IT? Assim existe a insegurança de investir ou descobrir o este meio digital oferece.
Assim, com estes dois pontos, o mercado digital fica carente de profissionais para realizarem estas tarefas importantíssimas.


Dominic de Souza é Country manager DQ&A Brazil, consultor, palestrante e empresário no segmento de treinamento e desenvolvimento da área comercial. Especialista em técnicas de vendas, Dominic implementou a sua metodologia de vendas WinnersMAP em empresas como New Trend, Onbongo, Kishimoto do Brasil, IBGM, Hisecur, Mailand, entre outras.

Formado em Marketing, comunicação social e MBA de Gerenciamento de Projetos, estudioso da ciência que estuda o comportamento humano (psicologia) atualmente ministra aulas no MBA da PUC e do Instituto Nacional de Pós Graduação-SP. Com 18 anos de experiência profissional na área comercial, já fez parte de empresas como O Estado de São Paulo, Cabletron Systems do Brasil (atual Enterasys), Microsiga e Compuware Corporation.

Entrevista publicada em feveiro de 2008 no site: jumpexec